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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

DEPOIMENTO DE SUSPEITA NA CPI DO TRÁFICO DE PESSOAS É INTERROMPIDO


22/02/2013 01h15 - Atualizado em 22/02/2013 11h59

Segundo advogado de defesa, cliente estava confusa e não iria mais falar.

Casal investigado por CPI da Câmara dos Deputados foi ouvido na quinta.


polícia federal bahia; tráfico de mulheres (Foto: Reprodução/TV Globo)Polícia Federal atuou para libertar mulheres que
foram levadas da Bahia para a Espanha
(Foto: Reprodução/TV Globo)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas ouviu, na quinta-feira (21), em Salvador, o casal preso pela Polícia Federal na Bahia, suspeito de recrutar mulheres baianas para prostituição na Espanha.
Durante o depoimento da suspeita de participação no esquema, o advogado de defesa interrompeu as declarações dela e declarou que a cliente estava confusa.
O casal entrou em contradição em depoimentos dados à CPI na quinta-feira. Segundo a suspeita, as jovens eram convidadas para trabalhar em uma boate na Espanha; já o marido dela, também suspeito, negou ter conhecimento do que as meninas iriam fazer no país estrangeiro.
Depoimentos
De acordo com a assessoria da Comissão Parlamentar, o suspeito foi primeiro a depor. Segundo ele, o espanhol é casado com uma prima dele, que também é investigada por suspeita de fazer parte do esquema de tráfico de pessoas. Ele ainda informou que, quando o espanhol esteve no Brasil, em outubro de 2012, ele o acompanhou a restaurantes, churrascarias e até boates de prostituição, mas não sabia das intenções dele com as garotas que ele havia pedido os contatos. Ele afirmou que foi contratado para ser motorista do espanhol e receberia uma quantia de R$ 2 mil pelo serviço, mas foi pago apenas metade do valor, pois o espanhol havia deixado o Brasil de forma inesperada.
Já a suspeita contou aos integrantes da comissão que as jovens baianas, libertadas de um bordel na cidade espanhola de Salamanca no início deste mês, eram convidadas para trabalhar em uma boate e foram por livre e espontânea vontade.
Segundo a assessoria da CPI, quando a suspeita avançou no depoimento, o advogado de defesa interrompeu a fala dela e informou que a cliente estava confusa e que nada mais falaria sobre o assunto. "Ninguém forçou nada. Uma delas até arrumou um gringo e ficou por lá", disse. Ela também confirmou que o marido foi contratado em Salvador para ser motorista do espanhol que seria dono da boate onde as mulheres foram libertadas.
Na tarde desta quinta-feira (21), umas das vítimas do esquema de tráfico de pessoas também foi ouvida pela CPI e confirmou que foi recrutada pelo casal. A jovem disse que frequentava uma academia em Salvador, onde um dos suspeitos conhecia uma garota. Essa garota teria apresentado ela ao suspeito. A promessa, segundo a jovem, era para trabalhar em uma boate na Espanha.
A CPI do tráfico de pessoas também ouviu na quinta-feira, Carmen Topschall, suspeita de intermediar a adoção irregular de cinco crianças de Monte Santo, no interior da Bahia.
Prisão
Um casal de brasileiros foi preso na quarta-feira (30), no bairro de Cajazeiras, como suspeitos de participação em um esquema de tráfico de pessoas entre Salvador e Espanha. A Operação Planeta, da Polícia Federal, foi deflagrada para investigar o esquema ilegal.
Os dois suspeitos foram localizados por meio de uma denúncia anômima. Segundo a PF, a mãe de uma menina que seria vítima do esquema informou que as garotas eram aliciadas no bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário de Salvador, com a promessa de irem para Espanha como dançarinas em uma casa de shows.
De acordo com Fernando Berbert, coordenador da operação, quando as jovens chegavam ao país tinham os passaportes retidos pelos aliciadores e começavam a trabalhar como prostitutas. Ainda segundo o coordenador, as vítimas recebiam ameaças de coerção moral às suas famílias, além de ameaças caso fugissem do local. A operação identificou cinco garotas brasileiras, uma delas já retornou ao Brasil. A Polícia não informou o estado de saúde da vítima.
Na operação, foram apreendidos documentos, computadores, celulares, informou a PF. Duas casas de prostituição foram fechadas na Espanha, duas na cidade Salamanca e uma na cidade de Ávila.
A Polícia Federal informou que as investigações apontam que integrantes da quadrilha de tráfico de pessoas recrutavam mulheres brasileiras, em Salvador, com a proposta de trabalharem na Espanha. Além do emprego, era oferecido às vítimas passagens aéreas, além de dinheiro que seria usado para as despesas pessoais fora do Brasil. Os suspeitos de integrar a quadrilha serão indiciados por tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual e formação de quadrilha, informou a PF.

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