´POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL

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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

NO SOBREVIVÊNCIA POLICIAL


QUARTA-FEIRA, 31 DE AGOSTO DE 2011


SÉRIE ENTREVISTAS - CAPITÃO WAGNER SOUSA

Já havíamos divulgado anteriormente que um dos projetos previstos para o Sobrevivência Policial, ainda para este ano, seria a realização periódica de entrevistas com pessoas que tenham algum tipo de ligação com o sistema de segurança pública estadual, com os propósitos de resgatar a nossa história, apresentar projetos viáveis ou, simplesmente, fornecer algum tipo de informação importante aos nossos leitores.

Inaugurando este projeto, publicamos uma entrevista realizada com o Capitão Wagner Sousa, da Polícia Militar do Ceará, que daqui há poucos dias assumirá uma vaga na Assembleia Legislativa do Ceará, sendo o primeiro militar estadual eleito como representante legítimo da categoria.

Colaborou com esta entrevista a Dra. Christianne Lima (OAB/CE Nº 10.232).


Sobrevivência Policial (SP) – Nas últimas eleições, você conquistou aproximadamente 29 mil votos, tendo ficado na condição de 1º suplente de Deputado Estadual do partido pelo qual foi candidato. Quais as possibilidades de você vir a assumir uma vaga na Assembleia Legislativa?

Wagner Sousa (WS) - Na verdade a possibilidade é concreta, pois a Deputada Fernanda Pessoa deverá entrar de Licença para tratar de assunto particular por quatro meses, a partir do final de setembro, e dia 28 do mesmo mês estaremos assumindo a cadeira de líder do Partido da República na Assembleia Legislativa.


SP - Como ficará a sua situação profissional após isso?

WS - Infelizmente irei para a Reserva Remunerada com salário proporcional, como tenho apenas 13 anos de polícia meu salário será reduzido em mais da metade.


SP - Quais seus principais projetos como Deputado Estadual?

WS - Nós sabemos que a principal carência da tropa hoje é por melhores salários, pois temos um dos piores salários do país. Vamos tentar convencer, de todas as formas, o executivo estadual desta necessidade, bem como iremos tentar reformular o Estatuto e o Código Disciplinar dos militares estaduais.


SP - Você tem afirmado que vem sofrendo diversas situações de assédio moral no meio profissional, isso se deve ao simples fato de ter sido candidato, em razão do seu partido ser de oposição ao atual governo estadual ou foi imposto exclusivamente por conta da estrutura militar da polícia militar?

WS - Não acredito que a perseguição seja causada pelo militarismo. Acredito que minha postura de falar a verdade em relação aos atos de superiores e subordinados, inclusive a respeito do sistema político e administrativo do estado, assustam algumas pessoas, que por temerem perder suas gordas gratificações, mesmo concordando com o que tenho dito, me perseguem através de procedimentos administrativos e criminais sem o menor cabimento.


SP – Como será a sua relação com o governo do estado?

WS – Algumas pessoas perguntam se vou pegar pesado. Se pegar pesado for falar a verdade, pretendo sim. Enquanto for representante dos profissionais de segurança pública do Ceará, tenho o dever de defendê-los mesmo com o risco da própria vida.


SP – Qual o significado para os militares estaduais em terem um representante na Assembleia Legislativa?

WS - Os militares estaduais são muito fortes. Se tiverem um líder para organizar e lhes mostrar o valor político desta força, eles podem ser reconhecidos pelo brilhante serviço que prestam a comunidade. Em breve estes militares terão representantes em todas as esferas de governo: municipal, estadual e federal.


SP – Como uma maior conscientização política dos profissionais de segurança pública deverá contribuir para a melhoria das condições de trabalho?

WS - Sem a menor sombra de dúvidas, os militares conscientes passaram a brigar mais por seus direitos. Todos nós sabemos que com a representatividade as categorias passaram a conquistar melhorias e por isso, finalmente, acordaram um elefante adormecido chamado de profissionais de segurança pública unidos...com esses ninguém pode, ou melhor, só Deus pode detê-los.

DOMINGO, 28 DE AGOSTO DE 2011


ARTIGO DA SÉRIE SOBREVIVÊNCIA POLICIAL


USO TÁTICO DO ABRIGO E DO MOVIMENTO EM SITUAÇÕES DE CONFRONTO

Todo policial, em suas atividades rotineiras de policiamento, está sujeito a enfrentar situações de confrontos contra bandidos armados. Um tiroteio sempre será uma situação muito delicada e perigosa, pois, por mais preparado que o policial esteja, as características destes tipos de ocorrências envolvem muita tensão e riscos, tanto para o profissional de segurança pública quanto para pessoas inocentes.

Considerando, ainda mais, que tais confrontos envolvem altos níveis de estresse, ocasionando mudanças fisiológicas importantes no organismo do policial, é altamente recomendado, quando o policial estiver envolvido em situações de confrontos armados, que sejam observadas as dicas a seguir :

ð Em situações de confrontos armados, uma das primeiras atitudes do policial, que esteja diretamente envolvido na ocorrência, será procurar um abrigo contra os disparos dos marginais. Estando devidamente protegido, ele terá melhores condições de aplicar o método OODA (falarei mais detalhadamente deste método em outro artigo):

  • OBSERVAR: avaliar a situação de forma geral, sentindo o nível de perigo do confronto.
  • ORGANIZAR: identificar os possíveis alvos e avaliar a possibilidade de riscos a pessoas inocentes, levando em consideração a proporcionalidade de opositores e o poder de fogo contrário. 
  • DECIDIR: guiando-se pelo nível técnico que possuí, bem como por suas experiências profissionais, decidir qual será a tática mais adequada para o tipo de ocorrência que está enfrentando, tendo como pressupostos a sua segurança e a de outras pessoas, nesta ordem. 
  • ATUAR: alicerçado pelos tópicos anteriores, agir adequadamente e com segurança. 
ð Se o policial encontrar um bom abrigo, e a situação tática permitir, é indicado que ele permaneça neste local enquanto durar o confronto.

ð Se estiver em um local aberto, com ausência de abrigos seguros, o policial deverá mudar de posição constantemente. Alvos móveis reduzem drasticamente a probabilidade de ser atingido pelos disparos dos bandidos. Estes deslocamentos não deverão ser realizados na mesma direção da linha dos tiros.

ð O policial deve sempre trocar de posição, entretanto para um abrigo mais protegido do que o anterior. O contrário só ocorrerá (passar de uma posição mais protegida para uma pior) se a situação tática exigir – como, por exemplo, para proteger um flanco descoberto.

ð Quando for mudar de posição, o policial deverá já ter traçado claramente o próximo objetivo e a forma como irá se mover. O deslocamento deverá ser realizado de forma rápida e precisa, adotando imediatamente uma posição de tiro adequada tão logo esteja abrigado.

ð É muito mais indicado ter qualidade nos disparos do que quantidade. Ficar sem munição durante um confronto pode ser fatal para o policial. Quando estiver abrigado, identifique claramente os alvos antes de realizar qualquer disparo. Importante: atente sempre para os riscos a pessoas inocentes.

ð Se houver necessidade de recarregar a arma, procurar fazer quando estiver abrigado.

ð Nunca ficar em pé e parado por mais de três segundos, quando estiver desabrigado.

ð Evitar disparar enquanto se move. Somente disparar em movimento:

  • Para sair da “zona de morte”.
  • Em confrontos à curta distância.
  • Sem inocentes na mesma linha de tiro.
  • Quando não houver abrigos próximos.

ð Entenda que abrigo é diferente de cobertura; o primeiro protege o policial dos disparos dos marginais, enquanto o segundo apenas oculta a sua posição. Uma coberta não é um abrigo. Por exemplo: o policial por trás da porta de uma viatura não estará abrigado.

ð Quando a ocorrência estiver completamente desfavorável para a segurança do policial ou quando pessoas inocentes estiverem correndo sérios riscos, não será vergonha ou desonra abandonar temporariamente o confronto.

Esta postagem é um fragmento de um artigo integrante de um novo livro deste autor que está para ser publicado, entretanto já legalmente protegido. É autorizada a reprodução parcial desde que citada a fonte e indicado o link.

TERÇA-FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 2011


QUALIDADE TÉCNICA DOS INSTRUTORES DE TIRO POLICIAL

A Academia Estadual de Segurança Pública do Estado do Ceará está em processo de seleção de seus professores e instrutores. Por este motivo, é essencial que o vídeo a seguir seja amplamente divulgado e discutido, para que fatos deste tipo não voltem a acontecer.


Inclusive, em postagem do dia 1 de novembro de 2010 (http://sobrevivenciapolicial.blogspot.com/2010/11/tiro-em-seco-lacrando-pistola.html), demonstrei uma forma simples e prática de evitar acidentes durante simulações com a utilização de armas reais.

SEGUNDA-FEIRA, 22 DE AGOSTO DE 2011


ASSALTOS CONTRA VEÍCULOS BLINDADOS




Veículo utilizado para parar um blindado de uma empresa de segurança, por ocasião de um roubo ocorrido em 14 de janeiro deste ano no município de Uruoca, onde foram levados um milhão e trezentos mil Reais e um dos vigilantes faleceu ao receber um tiro de fuzil.

Observem que foi instalada uma proteção feita com barrotes de madeira e deixada "escotilhas" para a realização dos disparos de fuzis que atingiram o motor do carro-forte. Observem ainda que os vigilantes também dispararam contra o Gol, mas os barrotes suportaram os disparos de espingarda calibre 12, inclusive projéteis tipo balote.



Estou preparando um estudo bem completo sobre Ações Criminosas Realizadas Contra Veículos de Transporte de Valores, que, além de todo um levantamento estatístico sobre as ocorrências dos últimos cinco anos, será possível desenhar o modus operandi das quadrilhas especializadas nestes tipos de ações.

SEGUNDA-FEIRA, 15 DE AGOSTO DE 2011


AÇÕES CRIMINOSAS CONTRA BANCOS


A utilização de explosivos em ações criminosas, no Brasil, está se transformando em uma verdadeira epidemia. Agências bancárias e veículos de transporte de valores têm sido os principais alvos.

Pequenas cidades brasileiras, em todos as Unidades Federativas, estão sendo alvos de ações violentas e ousadas. Algumas cidades chegam a ser completamente sitiadas pelos bandidos.


Comparando com os demais estados nordestinos, o Ceará vinha ocupando, desde 2009, a segunda colocação no ranking do total de ocorrências bancárias, ficando atrás apenas da Bahia. Deste total de ocorrências no Nordeste, o Ceará foi responsável por 18,6% em 2009 e 13,88% em 2010. Em 2011, até o presente momento, o nosso estado responde apenas por 4,37% do total de ocorrências bancárias nordestinas (apenas Sergipe está melhor colocado).

Antes de 2009, as principais ações contra as instituições financeiras eram realizadas através de roubos (assaltos). Para isto era necessária uma logística mais "pesada": maior número de bandidos envolvidos diretamente, maior quantidade e qualidade de armas, veículos potentes, melhor planejamento, etc. Com a facilidade na obtenção dos explosivos (há pessoas que fornecem um "kit explosão de banco" já pronto) os furtos qualificados, normalmente realizados em períodos noturnos, passaram a predominar. Nestes, as ações dos bandidos ficam imensamente facilitadas.


No Nordeste, de 2009 para 2010 as ocorrências de roubos em estabelecimentos bancários aumentaram em 12,84%, enquanto os furtos qualificados sofreram um aumento de 123,72%. Em 2011 os furtos já correspondem a 71,62% de todas as ocorrências bancárias no Nordeste, a maioria com utilização de explosivos.

É indiscutível que todas estas ações criminosas são facilitadas por diversos fatores, principalmente a carência de efetivos policiais nos municípios mais distantes das grandes metrópoles, entretanto a maior responsabilidade fica por conta da incompetência do Exército Brasileiro em controlar e fiscalizar a produção e comercialização dos explosivos e seus acessórios (ver Decreto nº 3.665/2000 - Regulamento Para a Fiscalização de Produtos Controlados). Alguma providência deverá ser tomada urgentemente pelas autoridades federais.

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