´POLÍCIA FERROVIÁRIA FEDERAL

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

GUERRA AO TRÁFICO NO RIO DE JANEIRO

O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse na manhã desta quinta-feira (25), em entrevista à rádio CBN, que o movimento de veículos blindados na região da Penha, Zona Norte do Rio, é "a primeira dose" do apoio da Marinha à polícia do Rio. "Este movimento de blindados faz parte da colaboração da Marinha. Foram para a Zona Norte para que transportemos tropas para aquela região. Daí para frente o que vier é estratégia, e não posso revelar para não colocar a população em risco", disse Beltrame.
Equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e fuzileiros navais fazem uma megaoperação na região das favelas na Penha, subúrbio do Rio no final da manhã desta quinta-feira (25). Seis veículos blindados da Marinha e dois caminhões com fuzileiros deixaram logo cedo o quartel de fuzileiros navais, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Beltrame diz que o uso de equipamentos da Marinha é fundamental para a operação de combate à criminalidade.
Bope invade Vila Cruzeiro com tanques da Marinha e traficantes fogem
RIO - Dezenas de criminosos estão tentando escapar neste momento da Vila Cruzeiro. Fortemente armados, eles estão correndo para pegar carros que circulam pela favela. A movimentação foi flagrada pela TV Globo, que transmite as imagens ao vivo para o Rio. O coronel Lima Castro, porta-voz da PM, informou que os blindados da Marinha estão se locomovendo para a região onde estão esses criminosos.
Depois da entrada do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da PM em blindados da Marinha, várias equipes de todas as delegacias especializadas do Rio se preparam para entrar na Vila Cruzeiro, na zona norte, um dos maiores refúgios de traficantes do Comando Vermelho, pela Avenida Nossa Senhora da Penha.
A entrada do Bope na favela resultou em tiros, explosões e focos de incêndio dentro da favela. O tiroteio é ininterrupto. Pelo menos quatro pessoas foram levadas até o início da tarde desta quinta-feira, 25, para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, baleadas. O mais grave foi o caso do motorista de ônibus Reginaldo Dias Peixoto, de 36 anos, que levou tiro na cabeça. Foi submetido a cirurgia e não corre risco de morrer, informou o hospital. Além dele, um mototaxista, um servente de pedreiro e um PM também foram baleados. O policial levou um tiro de raspão no ombro.
A Marinha do Brasil mobilizou seis tanques do modelo M113, municiados com uma metralhadora .30, além de outras viaturas blindadas e carros-anfíbio.
Marinha. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, autorizou na quarta-feira que o Comando da Marinha forneça apoio logístico ao governo do Rio de Janeiro. O pedido não envolve mobilização de tropas da Força, e sim meios de transporte e a guarnição necessária à operação e manutenção dos veículos.
Para coibir os ataques, o governo do Rio disse que Polícia Militar irá intensificar hoje as operações em locais estratégicos. A corporação vai fazer comboios, patrulhamento nas ruas da cidade, haverá mais blitz, e o efetivo retirado da área administrativa continuará atuando na zonas Sul e Oeste e na Grande Niterói. Também haverá aumento do policiamento atuando na Tijuca e no Meier.
Conforme já anunciado, a primeira medida da PM foi reduzir folgas e colocar nas ruas policiais em condições de serviço, que trabalham na área administrativa. Estão sendo empregadas 1.625 viaturas, além de 190 motos. A partir de hoje, mais 60 viaturas estarão circulando na Região Metropolitana.
'Confronto iminente'. O holandês Nanko Van Burren, diretor do espaço social do Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social (IBISS), acaba de deixar a Vila Cruzeiro e disse que o confronto é iminente. Segundo ele, os traficantes permanecem armados no interior da favela e monitoram toda a movimentação da polícia por meio de câmeras, tanto nos acessos da Vila Cruzeiro, quanto no morro da Chatuba.
'Não apoio esse tipo de operação, pois o destino das balas perdidas são sempre os moradores inocentes. A situação lá dentro é tensa. Todos os meus funcionários, foram retirados da Vila Cruzeiro e muitos moradores se abrigaram em casa de parentes e amigos fora da comunidade', disse Van Burren, que atende cerca de 7 mil crianças por dia em sua ONG. Desde ontem, o espaços IBISS está fechado.
(Com Clarissa Thomé, Gabriela Moreira, Luciana Fadon Vicente, Pedro Dantas e Priscila Trindade)
Notícia atualizada às 15h49.
Depois da Marinha, Exército e Aeronáutica entram na guerra do Rio
RIO - Depois de cinco dias de confrontos no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou 800 homens do Exército para a cidade, além de mobilizar Aeronáutica e Polícia Federal. Ontem, em operação policial sem precedentes, já com apoio de blindados da Marinha, a polícia ocupou a Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha (zona norte do Rio), após 40 horas de intenso tiroteio.
'Não é humanamente possível que 99% das pessoas sejam molestadas por gente que está na marginalidade. Portanto, o Rio pode ficar 100% tranquilo que o governo dará ajuda', disse Lula em Georgetown, capital da Guiana. Segundo ele, um pedido formal de auxílio para uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi feito anteontem pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).
O Exército vai garantir a proteção dos perímetros das áreas ocupadas por policiais. Já a Aeronáutica vai enviar dois helicópteros. Ainda serão mandados mais dez blindados das Forças Armadas, além de equipamentos de comunicação e óculos de visão noturna. Pela primeira vez na história, homens da Polícia Federal, pelo menos 300, atuarão no Estado já a partir de hoje.
Pelo menos 35 pessoas já morreram no Rio desde domingo. O número não inclui os mortos de ontem na Vila Cruzeiro, quartel-general do Comando Vermelho - o total não foi revelado pelo governo. Ontem, os ataques continuaram e se espalharam pela cidade, atingindo até o Túnel Rebouças, que liga as zonas norte e sul. Nos cinco dias, pelo menos 61 veículos já foram incendiados.
A ocupação na Vila Cruzeiro mobilizou 510 homens entre policiais militares e civis. Setenta fuzileiros navais ajudaram a operar as viaturas blindadas da Marinha, equipadas com metralhadoras .50. Foram elas que permitiram à polícia do Rio entrar na comunidade e ultrapassar barricadas montadas por traficantes. O espaço aéreo chegou a ser fechado pela manhã, para facilitar a invasão. Vários criminosos fugiram para a favela vizinha.
'O que acontece é que há uma rota de fuga difícil de alcançar', explicou o subchefe operacional da Polícia Civil, Rodrigo Oliveira, referindo-se às imagens do helicóptero da TV Globo que mostraram ao vivo a fuga em massa da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão pela Serra da Misericórdia. As imagens repercutiram na internet e motivaram críticas no Twitter - usado pelo governo para rebater boatos.
Pela manhã, a chegada de seis blindados da Marinha interrompeu o tráfego de veículos na Avenida Brás de Pina, uma das principais da Penha. Segundo a Marinha, foram empregados na operação 6 veículos blindados M-113, 4 carros-lagarta anfíbios e 3 viaturas Piranha, para transporte de tropas.
Barulhos de explosões e bombas foram seguidos por colunas de fumaça que emergiam das favelas. As ruas da Vila Cruzeiro ficaram totalmente vazias. 'Virou uma guerra civil', resumiu a recepcionista Monique Gama, de 30 anos.
Queixas. O apoio do Exército veio após queixas durante o dia do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. Ele agradeceu à Marinha por ceder os equipamentos, mas fez uma crítica velada ao Exército. 'Não ofereceram nada.' Horas depois, os Ministérios da Defesa e da Justiça anunciaram o reforço de Exército e Polícia Federal.
PARA LEMBRAR
Desde a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente (Rio-92), as Forças Armadas são usadas contra bandidos no Rio. Em 1994, soldados do Exército e fuzileiros navais ocuparam morros e favelas durante a Operação Rio. Em 1997, 900 homens do Exército participaram de operação para recuperar fuzis roubados. Em 2002, os militares ajudaram no policiamento do Rio nas eleições e voltaram às ruas da cidade no carnaval de 2003. Em 2006, novamente para recuperar armas roubadas de um quartel, o Exército foi usado e, por fim, serviu até para proteger obras do PAC.

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